1. LUIZ FREITAG

    Estresse emocional enfrentado pelo organismo aumenta a freqüência cardíaca e a pressão sanguínea.

    Já há muitos anos comenta-se, entre médicos e leigos que a raiva mata. Entretanto, ainda não há comprovação dessa assertiva. A universidade de Harvard publicou, em janeiro de 2014 ,importante estudo que levou mais de sete anos de pesquisa para avaliar a relação entre raiva e outras emoções na gênese de infarto.

    A partir de 1959 os médicos cardiologistas americanos Meyer Friedman e Ray Rosenman expuseram suas teorias de estudo dividindo os pacientes em três tipos de personalidade, de acordo com seu comportamento, denominados tipo A,B e C.

    Os indivíduos do tipo A são extremamente competitivos, explosivos. Qualquer atitude que os desagrade, como criticas ao seu trabalho, pode deixá-los nervosos com raiva externando muitas vezes as emoções em rompantes, com gritos e até agredindo o ofensor.

    Os do tipo B já são mais tranqüilos, fazem seu trabalho com meticulosidade, não realizam várias tarefas ao mesmo tempo e procuram cumprir o descanso diário.

    Já os do tipo C podem ter ambição de se desenvolver, mas se mostram inseguros.

    Desde essa época vários estudos com pacientes portadores de doenças coronarianas mostram que os indivíduos do tipo A tinham infartos com mais frequência do que os do tipo B, mas não se comprovaram as causas.

    As atuais pesquisas de Harvard compreendem uma revisão de trabalhos médicos publicados desde janeiro de 1966 até junho de 2013. Foram analisados 4.546 casos de infarto relacionados com crises de raiva , pelo menos até duas horas após o ataque de fúria. Também foram constatados 462 casos de alteração agudas das coronárias, 590 acidentes vasculares cerebrais isquêmicos , 215 acidentes vasculares hemorrágicos e arritmia diversas em 306 pacientes.

    Foi constatado que pacientes diabéticos ou com doenças cardiológicas associadas tem maior probabilidade de sofrer infarto após ataque de raiva. Entretanto não foi possível detectar causas biológicas par explicar a relação entre ataque cardíaco e raiva. O que se pode afirmar é que estresse emocional enfrentado pelo organismo aumenta a freqüência cardíaca e a pressão sanguínea. Durante a crise de raiva há aumento na liberação de hormônios tais como o cortisol que, conforme as repetições constantes se associam a outros na formação de aterosclerose. No caso de extrema fúria pode ocorrer formação de coágulos no sangue, que conduzem rapidamente ao infarto.

    O que podemos recomendar aos nossos leitores, bem como a você, amigo empresário, é tentar não se enfurecer por qualquer motivo. Se você se enquadrar na classificação de individuo tipo A, como descrevemos acima, a possibilidade de ter infarto será maior. Os psicólogos recomendam contar até dez antes de querer se exaltar. Controle-se.
    Seu coração agradece.

    Fonte : Jornal “ VIDA INTEGRAL”
    Abril de 2014 – Terceira Idade com o Dr. Luiz Freitag